quinta-feira, 1 de março de 2012

PROUST E O THE ECONOMIST



Fui iniciado na leitura de Proust numas aulas de Filosofia memoráveis no agora designado Liceu Rodrigues de Freitas, centradas no estudo e descrição da memória sensorial. Bons tempos. Estaria longe de imaginar que o nome de Proust estaria muitos anos depois ligado a um índice económico que o sempre imaginativo ECONOMIST construiu para quantificar o recuo de bem-estar material induzido em alguns países de referência pelas incidências da crise internacional e pelas terapias de austeridade associadas à crise das dívidas soberanas.
O índice é composto por três categorias de saúde económica: riqueza das famílias (ações e património); produto e consumo; salários reais e desemprego. Mede em termos médios o recuo no tempo observado nestes indicadores (uma alusão à memória do tempo perdido).
Grécia e Islândia recuam consideravelmente no tempo, a primeira para antes de 2000 e a segunda para o início da década. Portugal vem logo a seguir, curiosamente depois dos Estados Unidos, o que diz bem do impacto da Grande Recessão no bem-estar dos americanos (mais propriamente nos 99%). Portugal terá recuado para 2002.
Ainda bem há pouco no meu curso de Desenvolvimento e Crescimento Económico começava o mesmo com uma discussão empírica do crescimento económico como regra e o não crescimento como exceção. O mesmo curso, hoje, teria uma introdução empírica bem diferente.

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